sábado, 21 de agosto de 2010

Trabalho de Estagio

1 Depreciação



    Depreciar consiste em considerar, como despesa ou custo do período, uma parte do valor gasto na compra dos bens da empresa. Os bens materiais, corpóreos ou tangíveis classificados no Ativo Imobilizado são necessários para que a empresa possa desenvolver suas atividades. São considerados bens de consumo durável porque não se desgastam no primeiro uso. Quando a empresa adquire um bem de duração não superior a um ano, o valor gasto na compra desse bem não estará sujeito à depreciação, devendo ser contabilizado diretamente como despesa operacional. Os bens de consumo duráveis que serão utilizados pela empresa para desenvolver suas atividades normais por vários anos serão depreciados ao longo do tempo de vida útil para que o valor gasto na aquisição seja distribuído proporcionalmente para compor o custo ou o valor das despesas dos exercícios durante os quais esse bem foi utilizado.
    A legislação, constante do Regulamento do Imposto de Renda, disciplina esse assunto determinado às contas sujeitas à depreciação e fixando prazos, métodos, taxas, critérios. A legislação do Imposto de Renda define Depreciação como desgaste pelo uso, ação da natureza e obsolescência.
    A obsolescência se dá em função de novos investimentos para modernização dos produtos, ou seja, um bem obsoleto é um bem antiquado, ultrapassado ou fora de moda, um exemplo claro é a uma empresa comprar um computador de ultima geração e passado alguns meses, esse computador já é ultrapassado, pois surgiram novos modelos de computador mais moderno, mais rápido e ate mesmo menores.
    A depreciação pode ser calculada mensalmente (quando calculada e contabilizada mensalmente, nesse caso, para se obter o valor da quota mensal, basta aplicar a taxa anual sobre o bem e dividir por 12) ou anual (quando calculada e contabilizada uma vez por ano, aplicando-se a taxa normal) por ocasião da apuração do Resultado do Exercício, e os bens só poderão ser depreciados a partir da data em que for instalado, posto em serviço ou condições de produzir, exemplificando: se uma máquina é comprada em janeiro de 2010 e somente é colocado em funcionamento em 28 de maio de 2010, a depreciação terá início em maio de 2010, contando-se este mês cheio, sem divisão em dias.
    A taxa a ser praticada pela depreciação corresponde a um percentual de vida útil do bem, correspondente ao tipo do bem e os métodos de depreciação adotados, existem vários métodos de depreciação, no Brasil os mais utilizados são o Método Linear ou das quotas constante e o Método de Cole ou das soma dos dígitos.
    No método Linear consiste em fixar taxas constantes de depreciação ao longo do tempo de vida útil do bem, Se o bem a ser depreciado tiver como tempo de vida útil 5 anos, a taxa constante de depreciação será de 20% a.a., ao final de 5 anos, a 20 % ao ano, o bem terá sido totalmente depreciado, exemplificando: Um veículo comprado por R$ 10.000,00, a taxa de depreciação de 20% a.a, e utilizando a depreciação mensal.

 
ANO
DEPRECIAÇÃO
X1
R$ 2.000,00 (R$10.000,00 X 20 %)
X2
R$ 2.000,00 (R$10.000,00 X 20 %)
X3
R$ 2.000,00 (R$10.000,00 X 20 %)
X4
R$ 2.000,00 (R$10.000,00 X 20 %)
X5
R$ 2.000,00 (R$10.000,00 X 20 %)
TOTAL
R$ 10.000,00

 
    No método de Cole, a depreciação é calculada da seguinte forma;
    Fase 1; Somando-se os algarismos que compõem o número de anos de vida útil do bem a ser depreciado;
    Fase 2: Multiplica-se o valor a ser depreciado a cada ano pela fração cujo denominador é a soma da fase 1, e o numerador, para o primeiro ano, é o total de anos de vida útil do bem. O numerador para o segundo ano é o numero de vida útil do bem diminuindo-se 1 ano já passado. O numerador para o terceiro ano é o numero da vida útil do bem diminuindo-se 2 anos já passados, e assim por diante. Exemplificando: Um veículo comprado por R$ 10 anos. Vida útil 5 anos.

 
ANO
DEPRECIAÇÃO
(1+2+3+4+5 = 15, logo 15 será o denominador)
X1
R$ 3.333,33 (5 anos /15 X R$ 10.000,00)
X2
R$ 2.666,67 (4 anos /15 X R$ 10.000,00)
X3
R$ 2.000,00 (3 anos /15 X R$ 10.000,00)
X4
R$ 1.333,33 (2 anos /15 X R$ 10.000,00)
X5
R$ 666,67 (1 anos /15 X R$ 10.000,00)
TOTAL
R$ 10.000,00

 
    Quando a depreciação acumulada atingir 100% do valor do bem, e estando o referido bem ainda em uso na empresa, não haverá mais cálculos nem contabilização de depreciação desse bem, permanecendo na contabilidade o bem pelo valor original e a conta depreciação acumulada por valor idêntico, até que o bem seja baixado.
    Seguem abaixo as taxas anuais de depreciação divulgados pela Receita Federal do Brasil:
Taxas usuais de depreciação

 
BENS
VIDA ÚTIL
TAXAS
Computador e Periféricos
5 anos
20% a.a.
Edifícios e Benfeitorias
25 anos
4% a.a
Motociclos
4 anos
25% a.a.
Moveis e Utensílios e Instalações
10 anos
10% a.a.
Veículos de passageiros e carga
5 anos
20% a.a.

 
    É permitido o uso de taxas superiores aos valores máximos permitidos pela legislação da Receita Federal desde que haja um laudo de uma entidade oficial de pesquisa científica ou tecnológica. A legislação também permite uma depreciação maior para os bens que funcionam mais de oito horas por dia (depreciação acelerada).
    A contabilização da depreciação acumulada se da pela seguinte forma:
    D – Despesa com Depreciação / Custo com Depreciação
    C – Depreciação Acumulada
    Não podem ser depreciados terrenos (exceto as benfeitorias e construções), bens que aumentam de valor com o passar dos tempos, como obras de artes,bens cujo tempo de vida útil seja inferior a um ano e bens que são amortizados ou exauridos.
    A amortização é um processo semelhante à depreciação realizado no final de cada período, com o fim de considerar como custo, despesa ou encargo do período parte do valor gasto com os bens, direitos ou despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício. Esses gastos, considerados bens imateriais, são contabilizados em conta do Ativo Imobilizado ou do Ativo Diferido, alguns exemplos de bens amortizáveis são benfeitorias em bens de terceiros, patentes de invenção, direitos autorais.
    Exaustão é um processo semelhante a depreciação e à amortização, porém aplicados sobre as contas que registram recursos naturais, tais como minerais ou vegetais
    A depreciação em bens adquiridos usados aplica-se o maior prazo entre a metade da vida útil admissível para o bem novo, ou o restante da vida útil do bem, Exemplificado: Veiculo adquirido novo em 10/05/2006. Vida útil 5 anos, estará totalmente depreciado em 10/05/2011. Nossa empresa compra este veiculo usado em 10/08/2008. Assim temos:
    Vida útil do bem: 5 anos
    Metade da vida útil: 2 anos e 6 meses
    Tempo de vida útil restante: (de 10/05/2006 a 10/08/2008): 2 anos e 4 meses
    O tempo usado para realizar a depreciação desse veículo será de 2 anos e 6 meses, pois ser o tempo maior, e a taxa será de 40% a.a.
    A conta Depreciação é conta de Despesa ou Custo do período, e a conta Depreciação Acumulado é retificadora do Ativo, que figurará no Balanço Patrimonial como redutora da conta Imobilizado. Anualmente, essa conta receberá a credito, os valores das quotas de depreciação durante o tempo de vida útil do referido imobilizado, até que o seu valor se iguale ao valor do respectivo bem depreciado.
    Exemplificando, a empresa compra m Janeiro de 2009 um veiculo no valor de R$ 10,000,00, então, fará o seguinte lançamento:

 
    D – Banco    -10.000,00
    C – Veículos    - 10.000,00
    Hist: Compra de Veículos.

 
    No final do ano de 2009, no fechamento do Balanço, a empresa deverá apurar a depreciação do Veiculo que ela comprou em Janeiro, visto que foram 12 meses de uso, deverá depreciar os 12 meses, com a taxa de 20 % a.a., conforme tabela de depreciação da Receita Federal do Brasil, ficando a contabilização a seguinte:

 
D – Custo com Depreciação – 2.000,00

    C- Depreciação Acumulada Veículos – 2.000,00

    Hist: Depreciação no Imobilizado Veículos referente ao ano X 10


 
È utilizado o valor de R$ 2.000,00, pelo seguinte motivo: 20% a.a /12 = 1,67% a.m = 20.000,00 X 1,67 % X 12 = 2.000,00.

 
    Após feita a depreciação o balanço da empresa ficará conforme veremos a seguir:

 
Balanço Patrimonial X9
ATIVO
PASSIVO
Ativo Não CirculantePatrimônio Liquido
ImobilizadoCapital Social
Veículos – 10.000,00 Capital Social Integralizado – 10.000,00
Depreciação Acumulada – (2.000,00) Prejuízos Acumulados – (2.000,00)
TOTAL ATIVO – 8.000,00
TOTAL PASSIVO – 8.000,00


    No ano de 2010, também ocorrerá a depreciação visto que a depreciação é anualmente, conforme lançamento contábil a seguir:



    D – Custo com Depreciação – 2.000,00

    C- Depreciação Acumulada Veículos – 2.000,00

    Hist: Depreciação no Imobilizado Veículos referente ao ano X 10



Na venda de um bem imobilizado, já depreciado, ou usado, pode ocorrer que a empresa venda o bem com valor maior ou menor do que encontra-se na contabilidade, ajustando a depreciação, esse evento é chamado de Ganho ou Perda de Capital.
Utilizando o mesmo exemplo anterior, suponhamos que a empresa vendeu o veiculo no valor de R$ 8.000,00, conforme razão da conta depreciação acumulada veículos o valor é de R$ 4.000,00 e o valor da conta Veículos é de R$ 10.000,00 , então o de ganho na venda de imobilizado, ou seja, o valor do saldo da conta veículos, já subtraindo de seu saldo o valor da depreciação, é de R$ 6.000,00.
Pode-se perceber que o valor residual é menor do que o valor da venda, por tanto houve um ganho na venda de Imobilizado, a escrituração contábil desse fato será como segue a seguir:



    D – Perda de Capital    - 10.000,00

    C - Veículos        - 10.000,00

    Hist: Baixa de Veículos por Venda.



    D – Depreciação Acumulada    - 4.000,00

    C – Perdas de Capital        - 4.000,00

    Hist: Baixa de Depreciação Acumulada de Veículos por Venda



    D – Banco    - 8.000,00

    C – Ganho de Capital    - 8.000,00

    Hist: Venda de Veículos





2 Análise das Demonstrações Contábeis



    A necessidade de analisar demonstrações contábeis é a preocupação em anotar as variações quantitativas e qualitativas das varias categorias de bens incluindo em seu inventario, mais recentemente, a importância da moderna analise de balanço é notada desde a segunda metade do século XX, onde os banqueiros foram responsáveis, em boa parte, pela vulgarização da analise de balanço através de quocientes. Essa pratica é praticada pelos banqueiros para analisar o relacionamento entre os valores a receber e os valores a pagar de cada empreendimento a fim de determinar com mais base o risco envolvido em conceder empréstimos à entidade.
Obviamente, o surgimento dos bancos governamentais e bancos de desenvolvimento, deu-se à analise de balanço, pois tais entidades normalmente exigem, como parte do projeto de financiamento, uma completa análise econômica e financeira.
Uma boa análise de balanço é importantes para os credores, investidores em geral, agências governamentais e até acionista. Para a gerencia, a análise de balanço faz mais sentido quando, além de sua função de informar o posicionamento relativo e a evolução de vários grupos contábeis, também serve como um "papel de controle" da administração. Neste sentido, podemos construir uma serie de indicadores financeiros e avaliar sua evolução.
Partindo do Anexo I, que contem as informações Administrativas e contábeis da empresa publica denominada Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo – PRODESP, obteremos o seguinte Balanço Patrimonial;


    Com o balanço em mão iremos calcular o quocientes de solvência, que tem por objetivo avaliar a capacidade de pagamento das exigências, interessante aos credores na avaliação dos riscos para concessão de novos créditos e na analise das perspectivas de recebimento de créditos já concedido, nem sempre um elevado índice de liquidez traduz boa gerencia, pois pode representar excesso de disponibilidade, e com conseqüência, perda financeira pela não aplicação de recursos.
O quociente de solvência de liquidez imediata é utilizado na avaliação do nível de recursos que são mantidos para cumprimento dos compromissos mais imediato, que é calculado pelas Disponibilidades sobe Passivo Circulante, a companhia não precisa como disponibilidade valores correspondente a toda sua divida de curto prazo. Esse índice é extremamente importante no caso de instituições financeiras e de empresa que desenvolvem um grande numero de operações à vista.
Nesse caso, as disponibilidade corresponde a R$ 82.639 e o Passivo Circulante a R$ 127.466, resultando em = 0,65, ou seja, a cada R$ 1,00 de divida de curto prazo, a empresa tem R$ 0,65 para paga-la.
O quociente de solvência de liquides geral é utilizado para avaliar a capacidade de pagamento de todas as obrigações, tanto de curto quanto de longo prazo, através de recursos não permanentes (Ativo Circulante e Realizável Longo Prazo). O ideal é que esse índice não seja inferior a 1, senão a companhia, em parte, estará financiando as aplicações no permanente das obrigações de terceiros, o que geralmente provoca grande dificuldade de pagamento das obrigações.
Sabe-se que a liquidez geral é calculado pelo (Ativo Circulante + Ativo Realizável Longo Prazo) sobre (Passivo Circulante + Passivo Exigível Longo Prazo) , a portanto o cálculo será o seguinte:

 
= = = 1,87

    O índice de 1,87 indica que a companhia tem bens e diretos no ativo circulante e realizável a longo prazo corresponde a todas a suas dividas e mais 87% poderá saldá-las sem ter que recorrer aos bens do permanece.
    O quociente de solvência de liquidez seca é utilizado para avaliar a capacidade de pagamento das obrigações de curto prazo sem considerar os estoques. È um índice adequado para análise de empresa que operam com estoque de difícil realização financeira. È o caso das empresas imobiliárias, onde a realização do estoque é mais lenta. Para o calculo da liquidez seca utiliza a seguinte formula:
Realizando esse índice na empresa PRODESP, os cálculos são os seguintes:
= = = 1,78

O índice 1,78, a companhia tem créditos para pagar todas as suas dividas de curto prazo e sobra-lhe R$ 0,78 a cada R$ 1,00 de divida.

 
O cálculos Quociente de Garantias de Capital de Terceiros para a empresa PRODESP segue a seguir:

 
1 - Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo : Patrimônio Liquido
= = = 0,48

    Interpretando o índice 0,48, quer dizer que a casa R$ 1,00 de Patrimônio da empresa, R$ 0,48 ela possui em divida.



    2 - Passivo Circulante: Ativo Real

    O Ativo Real são os elementos do ativo que efetivamente representam moeda ou que nela podem ser convertido. Normalmente o Ativo Total menos as despesas antecipadas e ativo intangível, que em regra não são convertidos em dinheiro. Então a formula será a seguinte:
= = 0,33

    Nesse índice percebe-se que a cada R$1,00 de bens e direitos que são convertidos em dinheiro da empresa tem, a empresa deve R$ 0,33 com dividas em curto prazo.


    3 – Passivo Circulante + Exigível Longo Prazo: Ativo Real



= = = 0,39

    O índice R$ 0,32 representa que a cada R$ 1,00 de bens e diretos que são convertidos em dinheiro que a empresa tem, ela deve R$ 0,39.


Para cálculos de quociente de Capital Próprio a formula segue a seguir:

    1 – Patrimônio Liquido: Capital Circulante



= = = 3,13

    O índice 3,13 significa que a cada R$ 3,13 no Patrimônio Liquido R$ 1,00 é capital de giro ou capital circulante da empresa.



    2 – Patrimônio Liquido: Ativo Real



= = 0,81

O índice 0,81 representa que 81 % do seu bens e diretos que são convertidos em dinheiro, teve origem ao Patrimônio Liquido.





    3 – Patrimônio Liquido : Ativo Total



= = 0,68

O índice 0,68 representa que 68 % do Ativo da empresa, teve origem ao Patrimônio Liquido.



Para cálculos do quociente de imobilização de Capital, as formulas seguem abaixo:
1 – Do Capital Próprio



= = 0,33

    O índice 0,33 representa que 33% do Patrimônio Liquido esta investido no imobilizado da empresa.


2 –Do Ativo Real (Imobilizado: Ativo Real)



= = 0,27

    O índice 0,27 representa 27% do total de bens e diretos que podem ser convertidos em dinheiro estão investido em Imobilizado.

 
3 – Do Capital em Giro ( Imobilizado : Patrimônio Liquido + Capital de Terceiro)


= = = 0,24

    O índice 0,24 indica que 24 % do Patrimônio Liquido e do Capital de Terceiro d estão investido no Imobilizado.







Conclusão

 
    O anseio de analisar os demonstrativos contábeis, e de seus relacionamentos numerários extrair indicações de importância para determinado interesse decisório de ordem econômica são comum para avaliação dos resultados da empresa.

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